Impulsionados pela pandemia de coronavírus, entre janeiro e agosto desde ano, cerca de 12 mil alunos foram transferidos de colégios particulares para escolas estaduais em São Paulo. Em comparação ao mesmo período do ano passado, houve um aumento de 20% nas transferências de estudantes para a rede pública. Os dados da Secretaria Estadual da Educação foram divulgados pelo jornal Agora.
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A crise financeira provocada pela pandemia de coronavírus se traduziu em incerteza econômica e desemprego para muitas famílias brasileiras. Com isso, muitos pais decidiram matricular seus filhos na rede estadual de ensino. Segundo Henrique Pimentel, subsecretário de Articulação Regional da Secretaria Estadual da Educação, o aumento de transferências dos alunos já era esperado desde o início da quarentena, que completou seis meses em setembro.
É o caso da família de Cristiane da Costa Azevedo, que transferiu a filha, Liz, para a Escola Estadual Professor Manuel Ciridião Buarque, a poucos minutos de caminhada de sua casa na região da Vila Madalena. Até então, a adolescente de 16 anos cursava o ensino médio em uma escola particular, cuja mensalidade custa por volta de R$ 2 mil. A mãe reavaliará a decisão após o fim da pandemia.
A matrícula nas escolas estaduais de São Paulo deixou de ser presencial, o que facilitou a migração de alunos de colégios particulares para a rede pública na pandemia. De acordo com Henrique Pimental, os trâmites são feitos 100% pela internet, que indica as escolas mais próximas [do futuro aluno] onde há vagas. Os pedidos de transferência podem ser feitos durante todo o ano, e as matrículas para 2021 ainda não estão abertas.
De acordo com o subsecretário, a rede estadual de ensino tem capacidade para absorver todos os alunos vindos das escolas particulares, mas reconhece que não há garantia de vagas para todos nas unidades mais próximas de suas residências. São cerca de 3,5 milhões de estudantes matriculados nas escolas estaduais dos municípios paulistas.
A retomada gradual das aulas presenciais nas escolas estaduais e particulares de São Paulo está prevista para o dia 7 de outubro, contemplando inicialmente os alunos do ensino médio e da educação de jovens e adultos. O prefeito de cada município pode ou não acatar a diretriz do governo João Doria (PSDB).